Este livro precisa ser reeditado no Brasil. Nesta análise primorosa de Vargas Llosa encontramos uma descrição magnífica da obra do grande historiador britânico, Tony Judt, falecido precocemente em 2010, intitulada "Passado Imperfeito".
Nesta obra, Judt traça um perfil dos intelectuais franceses do pós-guerra, de 1945 a 1956, que flertaram escandalosamente com o comunismo e apoiaram as teses stalinistas. Nada disseram sobre os gulags, campos de concentração e da morte que inspiraram os campos de extermínio nazistas, onde os soviéticos confinavam os dissidentes do regime. Nada foi escrito sobre os julgamentos espúrios de Moscou e Leningrado, onde quase toda a elite da Revolução de 1917 foi fuzilada e morta com tiros na nuca. Nada dito sobre a repressão a qualquer dissidência nas artes, cultura, ciência e política. Nada dito sobre a invasão da Hungria em 1956. E, principalmente, nada dito sobre a denúncia que Kruschev fez aos crimes de Stalin no XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, de 1956, referente à violência, aos expurgos, às deportações, aos massacres e à coerção da liberdade aos cidadãos soviéticos feitas pelo ditador.
Estes filósofos, dentre os quais Sartre, Merleau-Ponty, Simone de Beauvoir, Althusser e muitos outros, tiveram uma influência total sobre o grosso da intelectualidade brasileira, notadamente os professores universitários, gerando todo o pensamento de esquerda do qual até hoje somos vítimas.
Luuk van Viddelaar, filósofo e escritor holandês, autor de "Politicídio", da É Realizações Editora, segue os passos de Judt nesta análise crítica deste período negro da influência da filosofia francesa sobre os filósofos latino-americanos.
Estas obras precisam ser mais divulgadas no Brasil a fim de que nossos jovens conheçam a influência deletéria dessa parte da intelectualidade francesa pós-guerra sobre nossos pensadores de esquerda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário