Leszek Kolakowski, o grande pensador polonês

Leszek Kolakowski (1927-2009)

Leszek Kolakowski, historiador, filósofo, pensador, escritor e professor polonês, foi um marxista que viveu na União Soviètica entre 1946 a 1956. Tornou-se um dissidente das teorias marxistas. Ao voltar para a Polônia foi perseguido e destituído de suas funções como professor. Exilou-se no exterior, tendo vivido e lecionado no Canadá, Estados Unidos e Grã-Bretanha, onde faleceu como professor em Oxford. Foi um dos mais importantes pensadores da filosofia e política do século XX. Abaixo, algumas de suas frases de um de seus livros mais famosos, "Main Currents of Marxism" (1978):

O marxismo tem sido a maior fantasia de nosso século. Ele foi um sonho que ofereceu a perspectiva de uma sociedade de unidade perfeita, na qual todas as aspirações humanas seriam preenchidas e todos os valores satisfeitos.

Neste sentido o marxismo realiza a função de uma religião, e sua eficácia é de caráter religioso. Mas ele é uma caricatura e uma forma fraudulenta de religião, na medida em que ele apresenta sua escatologia temporal como um sistema científico, sobre o qual as mitologias religiosas não fazem sentido.

O marxismo foi uma doutrina filosófica ou semi-filosófica e uma ideologia política que foi usada pelo estado comunista como principal fonte de legitimidade e fé obrigatória.

A história das utopias não é menos fascinante do que a história da metalurgia ou da engenharia química.

As condições sociais que alimentaram e mantiveram o uso desta ideologia podem ainda reviver; talvez -quem sabe? – o vírus esteja dormindo, aguardando pela próxima oportunidade. Sonhos sobre a sociedade perfeita pertencem ao estoque permanente da civilização. 

 Podemos, com certeza, predizer que Marx se tornará mais e mais aquilo que ele já é: um capítulo de um tratado da história das ideias, uma figura que já não evoca nenhuma emoção, mas simplesmente é o autor de um dos “grandes livros” do século dezenove – um daqueles livros que poucos se dispõem a ler, mas cujos títulos são conhecidos por todo público educado.

Nós aprendemos história não para sabermos como nos comportar ou para sermos bem sucedidos, mas para sabermos quem somos.