sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Bodas de Ouro de meus avós paternos, Sebastião e Virgínia


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Foto oficial das Bodas de Ouro de Sebastião Corrêa de Souza
e Virgínia Angélica Fiúza, em 6 de junho de 1951.



No dia 6 de junho de 1951, a família Corrêa, de Dores do Indaiá, se reuniu para comemorar as Bodas de Ouro dos patriarcas Sebastião Corrêa de Souza e Virgínia Angélica Fiúza, meus avós paternos. Ele, descendente de um dos fundadores da cidade, o sesmeiro Manoel Corrêa de Souza e sua esposa Maria Andreza de Jesus. Ela, filha de Etelvina Maria dos Santos (conhecida também como Vó Etelvina, ou Etelvina Fiúza) e de Francisco Ribeiro Coelho, ambos originários de tradicionais famílias de Dores do Indaiá, provenientes de Pitangui.

Foram dois dias de comemoração. No dia 6 de junho, a família se reuniu no barracão ao lado da casa de meus avós, onde um de seus filhos, o fazendeiro Luiz Ribeiro Corrêa, armazenava sacas de café colhido em sua fazenda na Serra da Saudade. Foi um lauto banquete, servido com capricho e feito por diversas pessoas da família, auxiliadas por um batalhão de cozinheiras especialmente contratadas para o evento. Iniciado por volta do meio-dia, terminou no fim da tarde. Antes, houve a clássica sessão oficial de fotos, reproduzidas nesta postagem.

Relação das pessoas na foto no alto desta postagem, da esquerda para a direita:

1ª. Linha, à frente: Sebastião Corrêa e Virgínia Fiúza.

2ª. Linha, netos, crianças: Heloísa, Anete, Paulo, Dilermandinho (à frente), Antônio Carlos, José Eustáquio (Taquinho), Luiz Roberto (Betinho), Maria Eunice, Vera e Celma.

3ª. Linha, filhos, noras, genros e netos: Dilermando, Omar, Carlos (Carlito), Célia (à frente), Carmen, Adélia, Ademar (com Renato nos braços), Nevita, Angélica (com Ângela nos braços), Olinto, Aurora e Luiz.

4ª. Linha, filhos, netos, nora: Marízia, Virgínia (Virgininha), Conceição, Ana (Sinhá), Francisco (Chiquinho), Dalva.

5ª. Linha, netos: Tereza, Virgínia (Gininha), José Newton, Wilma e Ronaldo.

Ao fundo: mocinha não identificada e Hamilton Soares (sobrinho-neto).




Sebastião e Virgínia cercados pelos filhos: Da esquerda para a direita: Omar, Dilermando, Carlito, Nevita, Conceição,
Olinto, Chiquinho e Luiz.


No dia seguinte, 7 de junho, todos se dirigiram para a fazenda de plantio de café de Luiz Ribeiro Corrêa, na Serra da Saudade, município de Estrela do Indaiá. Foram todos devidamente assentados em bancos adaptados na carroceria de dois caminhões. Na fazenda, bem no topo de uma das colinas desta lendária serra, de onde se descortinava uma vista deslumbrante, foi servido outro almoço para os convidados. Outro lauto banquete. Desta vez, a festa se prolongou noite adentro. Lembro-me, então eu tinha 7 anos, que à noite houve sessão lítero-musical com muitas danças. Uma delas foi uma apresentação especial de minha prima Anete, filha de meus tios Carlito (Carlos Corrêa de Souza) e Adélia Soares. Era uma garotinha linda e graciosa, com diversas prendas, dentre elas a dançal. Lembro-me que também fui solicitado a dançar, uma dessas danças aprendidas em jardins de infância, em representações teatrais. Assim que a iniciei, depois de muita insistência de alguns dos presentes, voltei correndo para o meu assento, no alto de uma das pilhas de sacas de café empilhadas no imenso galpão onde a festa transcorria. Havia menos de um ano que eu perdera minha mãe, vítima de grave enfermidade cardíaca. Portanto, eu ainda não estava com espírito para tais demonstrações públicas. Mas, enfim, a festa foi uma catarse familiar coletiva. 



Defronte ao barracão, no dia 7 de junho de 1951. Filha, netos e bisnetos, por ocasião das bodas de ouro de Virgínia e Sebastião. Da esquerda para a direita, em pé, atrás: Conceição, Terezinha Souza (de São Paulo), Virgínia, Chiquinho, Zezé (de São Paulo), Aurora, Ana (Sinhá), Maria Helena (enteada-neta de Sinhá), Luiz, Carlito, Carmen, Adélia, Hugo e Veva (São Paulo). Agachados: Dilermando, Ayr Araújo (São Paulo), Anete Soares (sobrinha-neta), Antônio Carlos, sobrinhos-netos de Sinhá (filhos de Raimundo casado com Tereza), Anete, Dilermandinho, Heloisa e Carlos Alberto.

Nas fotos abaixo pode se ver parte das pessoas presentes à festa na fazenda da Serra, de colheita de café de Luiz Ribeiro Corrêa. O fotógrafo, não atentando para a questão da luminosidade, deixou que o excesso de claridade prejudicasse a fixação das imagens. Mesmo assim, pode-se identificar alguns dos personagens, uma relíquia histórica familiar.




No quintal da casa de Dores do Indaiá. 
Da esquerda para a direita: Anete Soares (do Carlito), Antônio Carlos,
Dilermandinho (à frente), Hamilton Soares (atrás), Paulo, Carmen, Vera, Celma.


Na fazenda. Da esquerda para a direita: Olinto Corrêa, Luiz Ribeiro Corrêa.


Na fazenda. Da esquerda para a direita: Dilermando Corrêa (atrás), Olinto Corrêa,
Dr. Ademar Moreira, Sinhá, Carlito Corrêa e
Fernando (genro de Ramiro Botinha).


No quintal da casa em Dores do Indaiá.
Da esquerda para a direita: Antônio Carlos, Dilermando Corrêa
e Dilermandinho.


Na fazenda. Da esquerda para a direita: Antônio Carlos. Dilermandinho e Dirce de Oliveira.
Ao fundo, o barracão onde foi servido o almoço e feita a apresentação lítero-musical à noite.
Fazenda da Serra de Luiz Ribeiro Corrêa.


No quintal da casa em Dores do Indaiá. Somente pude identificar meu irmão Dilermandinho à frente. 


Nunca mais a família Corrêa "au grand complet" se reuniu para um grande evento como este. A exceção fica por conta das festas que meu tio Luiz dava em Dores do Indaiá por ocasião dos casamentos de suas filhas (foi o caso da grande festa de casamento de Ana Dalva, na fazenda do Timbó, que ele adquirira após ter vendido a da Serra). O casamento das outras filhas, Marísia, Vera, Vilma e Maria Eunice, eu não sei informar, pois não estava presente. Compareci ao casamento da Celma, em 1965, já na condição de padrinho, representando meu pai Dilermando, que não pudera comparecer. Mas, nenhuma destas festas pode se comparar à grande gala que foram as comemorações das Bodas de Ouro de meus avós. A ela compareceram nossos primos de São Paulo e Belo Horizonte. Na época a família não era tão grande. Hoje é imensa, espalhada por este mundo afora, no Brasil e no exterior.

Meus avós receberam como presente especial de seu cunhado Ramiro Botinha, tabelião, juiz de paz e radio-amadorista em Luz, que, ao lado de sua filha Lilita Botinha, montaram um primoroso álbum de fotografias. Este álbum tornou-se uma fonte de referência fotográfica para a família por mais de 50 anos, já que minha tia Maria da Conceição Corrêa tinha sua posse. Pouco antes de seu falecimento, numa de minhas visitas a ela em Dores do Indaiá, solicitei e tive permissão para trazer o álbum para Belo Horizonte a fim de que suas fotos fossem digitalizadas por mim. No mês seguinte, abril de 2003, retornei a Dores quando da Semana Santa e o devolvi. O álbum entretanto, já se encontrava desfigurado, com a inclusão de fotos obtidas posteriormente a este grande evento, e o desaparecimento de algumas outras. Dois meses depois fomos surpreendidos com o falecimento de nossa querida tia Conceição. O álbum ficou com sua irmã Maria das Neves (Nevita). Um de seus netos, ao leva-lo para digitalização das fotos, esqueceu-o em um táxi e esta preciosidade se perdeu para sempre.

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