sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Desmistificando as bandeiras e os bandeirantes

Trajeto da bandeira de António Raposo Tavares


Os jesuítas tiveram participação ativa na colonização do Brasil. Sua atitude em relação à população indígena é controversa. Eles defendiam a total liberdade dos índios e tentaram evitar a sua escravização pelos portugueses e paulistas. Por outro lado, crescem evidências históricas de que eles praticavam uma espécie de escravidão "light" nas suas famosas reduções, chamadas "Missões", notadamente no Paraguai e nos estados brasileiros do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Não puderam impedir o avanço das bandeiras para o Sul do Brasil nem para o Oeste, que ampliaram as fronteiras da América portuguesa. Tiveram, sem dúvida, um importante papel no desenvolvimento de nossa cultura brasileira, mas não podemos negar também os entraves que impuseram para o progresso da colônia.

Há quatro anos escrevi este texto (veja no link abaixo), que está em meu blog Retratos de Família, sobre a história de meus antepassados. É o resultado de minhas pesquisas sobre o tema dos bandeirantes e do sertanismo. Tentei aqui desfazer a mitologia negativa que os jesuítas criaram em torno dos bandeirantes, tachando-os de bandidos. Esta tese foi adotada por historiadores mais recentes, de nítida tendência ideológica de esquerda marxista ou católica. Neste meu levantamento histórico procuro demonstrar que a esmagadora maioria dos grandes historiadores brasileiros pensa de forma diferente. Muitos louvam seu trabalho de desbravamento de nosso imenso território, fazendo do Tratado de Tordesilhas uma letra morta. Mas também falam da crueldade com que muitos bandeirantes trataram os indígenas. Deve-se levar em consideração que muitas bandeiras foram acompanhadas por tropas de índios amigos dos paulistas, inimigos de outras tribos do interior do vasto território desconhecido pelos portugueses e paulistas, atuando num misto de guias e combatentes. A verdade tem de ser relatada independente das ideologias.


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