sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

A libertação do sertão do Campo Grande dos quilombolas e índios




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Neste belíssimo documento do Arquivo Público Mineiro podemos ler como foi libertado o sertão do Campo Grande dos quilombolas e índios tapuias que dominavam a região desde finais do século XVII, impedindo a colonização portuguesa de toda região. O capitão-do-mato Bartolomeu Bueno do Prado foi contratado pela Coroa portuguesa para essa verdadeira guerra que trucidou esses quilombos e tribos remanescentes entre os anos de 1756 a 1759. Em 1760 a região estava já "desinfestada" como era a expressão da época. Pouco depois, em 1765, os irmãos Costa Guimarães, Amaro, Joaquim, João e José, se apossaram de terras onde hoje é o município de Dores do Indaiá, constituindo-se, assim, nos primeiros assentados neste vasto território à esquerda do Alto São Francisco.
Bartolomeu Bueno do Prado, foi descendente de ilustres bandeirantes e cidadãos de São Paulo. Seu bisavô foi o lendário Amador Bueno do Prado, aclamado o primeiro "Rei de São Paulo", quando da independência de Portugal da Espanha, em 1640. Entretanto, Amador jurou fidelidade ao novo rei português, D. João IV, e não aceitou a rebelião contra a Coroa portuguesa. Morreu muito idoso e admirado por todos na Capitania de São Paulo. Bartolomeu teve entre seus ancestrais os três Anhangueras.
Em 1760, vencidas as batalhas do Campo Grande, voltou para a região onde sua família já habitava há algumas décadas: Carrancas, Lavras do Funil (atual Lavras), Três Pontas, Três Corações. Em Carrancas e Lavras, participou com meu pentavô, José Corrêa de Arzão, pai de Manuel Corrêa de Souza, um dos sesmeiros fundadores de Dores do Indaiá, da transferência da sede paroquial de Carrancas para os Campos de Sant'Anna das Lavras do Funil. O memorial em que esses dados estão registrados foram recolhidos como documento da Cúria Diocesana de Campanha pelo historiador de Ribeirão Vermelho, próximo a Lavras, Marcio Salviano Vilela e publicados no seu livro "A Formação Histórica dos Campos de Sant'Ana das Lavras do Funil", Lavras, Editora Indi, 2007 (pp. 52-53), que reproduziremos em outra postagem.

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