sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Crônicas da terra lusitana - O Mosteiro da Batalha


O Mosteiro da Batalha, também conhecido como Mosteiro de Santa Maria da Vitória, está situado na Batalha, distrito de Leiria, região Oeste de Portugal. Foi construído em 1386, por D. João I, o Mestre de Avis, em agradecimento à Virgem Maria, pela vitória das tropas portuguesas contra as forças de Castela na Batalha de Aljubarrota (1385).

Perto do local onde se ergue o Mosteiro da Batalha ocorreu, no dia 14 de Agosto de 1385, um acontecimento decisivo para a consolidação da nação portuguesa: D. João, Mestre de Avis e futuro rei de Portugal venceu os exércitos castelhanos na batalha de Aljubarrota. Esta vitória pôs termo a uma crise dinástica que se arrastava desde 1383, quando da morte do rei D. Fernando, cuja única filha era casada com o rei de Castela, pretendente ao trono de Portugal.

Sua construção durou quase dois séculos e foi concluída em 1517. É um exemplo da arquitetura gótica tardia portuguesa, também conhecido como estilo manuelino. Em 2007, foi considerado pela UNESCO como patrimônio mundial, além de ser uma das sete maravilhas do país. Desde 1910, foi classificado como Monumento Nacional.

Tem semelhanças com o grande mosteiro de Alcobaça. Sua estrutura foi esquematicamente dividida em setores: a igreja, o claustro, as dependências monásticas, a Sala do Capítulo, sacristia, refeitório e anexos.

A capela do Fundador, capela funerária, foi acrescentada ao projeto inicial pelo próprio rei D. João I, o mesmo acontecendo com a rotunda funerária conhecida por Capelas Imperfeitas, da iniciativa do rei D. Duarte.

O claustro menor e as dependências adjacentes foram construídos por iniciativa de D. Afonso V. D. João II não se interessou pela edificação. A obra voltaria a receber atenção do rei com D. Manuel, mas somente entre 1516-1517, quando este rei já havia se decidido pela construção do Mosteiro dos Jerónimos.

O Mosteiro foi restaurado no Século XIX, sob a direcção de Luís Mouzinho de Albuquerque, de acordo com projejtos de Thomas Pitt, viajante inglês que estivera em Portugal nos fins do Século XVIII, e que divulgara o mosteiro por toda a Europa através das suas gravuras. Neste restauro, o Mosteiro sofreu transformações mais ou menos profundas, particularmente pela destruição de dois claustros, junto das Capelas Imperfeitas e, no contexto de extinção das ordens religiosas em Portugal, pela remoção total dos símbolos religiosos, procurando tornar o Mosteiro num símbolo glorioso da Dinastia de Avis e, sobretudo, da sua primeira geração (a dita Ínclita Geração de Camões). É desta época sua atual configuração da Capela do Fundador e a vulgarização do termo Mosteiro da Batalha (celebrando Aljubarrota) em detrimento de Santa Maria da Vitória, numa tentativa de erradicar definitivamente as designações que lembrassem o passado religioso do edifício.

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