sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Crônicas da terra lusitana - Braga



Braga está situada na região do Minho, norte de Portugal, sendo a população urbana de 137 mil habitantes e a do município de 192 mil habitantes (2011). É uma região cheia de tradições, de grande passado histórico e de forte influência religiosa.
A cidade, tomada aos celtas pelos romanos por volta ao ano 16 a.C., foi denominada de Bracara Augusta, em homenagem ao imperador Augusto. Mais tarde, tornou-se capital da Galécia.
A criação do bispado de Bracara Augusta data de 45 a 60 a.D. Reza a lenda que São Pedro de Rates foi seu primeiro bispo, ordenado pelo apóstolo Santiago, que teria vindo da Terra Santa e teria sido martirizado pouco depois quando convertia povos da região ao cristianismo, no noroeste da Península Ibérica. Somente no ano 385 é que o papa São Siríaco fez referência à cidade de Bracara Augusta.
Após as invasões bárbaras, Bracara Augusta tornou-se a capital política e intelectual do reino dos Suevos, incluindo a antiga região da Galécia (hoje Galiza, norte de Portugal, parte das Astúrias e das províncias de Leão e Zamora) e se prolongando até o Rio Tejo. Por ordem do rei Ariamiro foi realizado o concílio de Braga, entre 1 de Maio de 561 a 563, tendo sido presidido por São Martinho de Dume, bispo titular de Bracara. Deste concílio resultaram grandes reformas, principalmente no mundo eclesiástico e linguístico, destacando-se a criação do ritual bracarense e a abolição de elementos linguísticos pagãos, como os dias da semana Lunae dies, Martis dies, Mercurii dies, Jovis dies, Veneris dies, Saturni dies e Solis dies, por Feria secunda, Feria tertia, Feria quarta, Feria quinta, Feria sexta, Sabbatum, Dominica Dies, donde derivam os modernos dias em língua portuguesa e galega. Posteriormente, com o declínio do povo Suevo (o antigo Reino da Galiza), foi dominada pelos Godos, durante mais de três séculos.
No ano de 715, os Mouros tomam a cidade de Braga, levando grande destruição, dada sua importância religiosa.. Após alguns avanços e recuos, a diocese tem de ser transferida para Lugo. A resistência cristã vai recuar de forma mais permanente até ficar confinada numa pequena zona montanhosa das Astúrias. Assim, em 716 (em apenas 5 anos), a Islamização da península ibérica é total, este é o tempo do Califado Omíada ao qual sucederá o Califado de Damasco.
Só um século e meio (152 anos) depois no ano 868 com Afonso III, Rei das Astúrias, é que o processo da reconquista cristã ganha novo ímpeto, e a cidade é reconquistada tal como o Porto e mais tarde - em 878 - Coimbra.
O século seguinte é marcado pela aliança entre Vermudo II (rei cristão de Leão e da Galiza) com o Almançor - governador mouro da península Ibérica. A presença militar muçulmana no território é efetiva. A aliança é quebrada unilateralmente por Vermudo e acaba por resultar em nova conquista muçulmana desta feita já sob o Califado de Córdova em 985.
A ocupação territorial só terminará definitivamente com nova aliança e assinatura de tratado paz com o Almançor em 996 ratificada pelo casamento real entre este e uma filha de Vermudo II. É assim, pela via da paz, e passados mais de dois séculos e meio da invasão, de avanços e recuos, que termina definitivamente a presença islâmica na região.
Fonte: Wikipedia.

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